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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Entrevista: Camacho (ex-Botafogo) 1ª parte - EXCLUSIVO

Atualmente no Al-Shabab, Camacho se recupera no Rio
Foto: Ricardo Oliveira (FC08)

Se recuperando de uma cirurgia no púbis, na cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Ramiro Camacho, o Camacho, vice-campeão da Série B com o Botafogo e atualmente no futebol árabe, conta um pouco de sua trajetória, seus momentos de Glorioso e o seu momento atual com exclusividade ao Futebol Carioca 2008.

Aos 28 anos, o apoiador vive um dos momentos mais especiais da carreira. Ele trata com carinho o futebol árabe e conta algumas particularidades, como por exemplo, a maneira que a torcida trata o futebol e o fato de jogar com “o número do armário”, ou seja, o primeiro número que estiver disponível.

Acompanhe a PRIMEIRA PARTE da entrevista em tópicos:


Por: Ricardo Oliveira

CARREIRA:
“Comecei jogando a copa São Paulo de Juniores pelo CFZ. Tinham alguns olheiros do Grêmio no estádio e eles me contrataram para jogar na base. Acho que foi uma “mini-adaptação” ao futebol árabe. Eu era muito novo e já estava vivendo longe do meu estado, pelo menos eles entendiam o que eu falava. Depois voltei ao CFZ e passei por Bangu e Volta Redonda antes de chegar ao Botafogo.”

INÍCIO NO BOTAFOGO:
“Quando cheguei ao Botafogo em 2002, eu encontrei jogadores de alto nível como Galeano, Esquerdinha, Sandro... e comecei sendo banco. Era um ano em que tudo estava errado, não tinha nem água pra gente tomar banho, o pior que poderia acontecer. E acabamos caindo de divisão o que acabou sendo muito triste pela grandeza do Botafogo.”

A SÉRIE B:

“Quando caímos de divisão o Botafogo passou por uma revolução, tudo foi trocado, até o presidente. O Bebeto (de Freitas) assumiu e conseguiu retomar algumas coisas, conseguiu hotel para hospedar, colocou água, mas mesmo assim ainda passávamos por dificuldade. A Light (empresa de energia elétrica) chegou uma vez no meio do treino para cortar a luz. Algumas vezes o Levir Culpi (técnico em 2003) queria dar treino em período integral e não conseguia, mas aos poucos tudo foi voltando ao normal”.

PROVOCAÇÃO:
“Não existia. Pelo menos comigo não, até porque era o Botafogo e os outros jogadores respeitavam por ser um time grande passando por uma situação muito difícil. E nós jogadores do clube também não deixávamos isso acontecer, estávamos focados num objetivo claro e a direção do Botafogo nos lembrava disso todos os dias, o que acabou sendo muito importante”.

O ELENCO:
“Tínhamos uma pressão muito forte por parte da torcida e o grupo convivia com isso diariamente, mas eles foram importante, comparecendo em todos os jogos. O grupo era fechado, muito unido, todo mundo era amigo, não tinha individualidade, o Levir também foi importante, pois chamava a atenção e nos dava força. Ainda tenho contato com alguns jogadores daquela época, caso do Túlio, Max e o Márcio Gomes, algumas vezes a gente se comunica pelo MSN.”

SPORT (PE) 3 x 1 BOTAFOGO:
“Foi o nosso pior jogo na segunda divisão. Nesse dia tudo deu errado, não jogamos nada e eles mereceram a vitória. O abatimento foi grande pois era um jogo importante para voltar à primeira divisão. É claro que sabíamos que a derrota poderia acontecer, mas a vitória era mais esperada porque havíamos vencido na casa deles na fase anterior. Ficamos muito abatidos, mas ainda tínhamos jogos importantes pela frente.”

BOTAFOGO 3 x 1 MARÍLIA (SP) – O RETORNO DA ESTRELA SOLITÁRIA:
“Nesse jogo tive um sentimento inexplicável, todo o trabalho durante a temporada, que não começou bem e fomos logo eliminados no estadual, tinha dado certo, foi um sonho realizado, o dever cumprido, o alívio, uma felicidade. Saímos realmente do sufoco, a pressão estava muito grande. Tive a oportunidade de fazer dois gols nesse jogo, ambos de pênalti, mas não fiquei nervoso, pois muito antes da patida, o Levir já deixou claro que se houvesse pênalti eu iria bater e já havia batido muitos outros em toda a temporada. Fizemos uma festa depois com todos os jogadores juntos e foi um dia muito prazeroso.”

2004 – BOTAFOGO DE VOLTA À SÉRIE A:
“No ano em que voltamos, o time sentiu muito a pressão, mesmo conseguindo voltar ainda não tínhamos reforços de peso. A gente subiu, mas ainda não era um time que iria buscar alguma coisa no campeonato, nós sabíamos disso. Eu joguei uns dez jogos, fiz dois gols e depois me transferi para a Arábia, aonde jogo hoje, acompanhei o último jogo, quando o time se livrou do rebaixamento, mas por estar longe não posso falar muito como foi o clima lá.”

A PROPOSTA DO FUTEBOL ÁRABE:
“Eu procurei saber tudo sobre o Al-Hilal antes de assinar contrato. Eu perguntava ao Túlio, que jogou por lá, e recebia boas informações. Nessa época o Mauro Galvão estava lá então não hesitei em assinar o contrato.”

ADAPTAÇÃO AO FUTEBOL ÁRABE:
“O primeiro ano foi muito difícil. Ter que se adaptar a língua, maneira de jogar, cultura do país, tudo isso atrapalhou bastante. Por eu falar inglês, ainda conseguia me comunicar um pouco e mesmo com essa dificuldade na adaptação, eu tive dois anos incríveis no Al-Hilal. Nós ganhamos seis títulos em apenas dois anos, fiz gol na semifinal e na final, ambos de falta. Esses títulos nos deram moral, o clube era grande, de massa, mas não muito tradicional em títulos. No segundo ano eu estava mais adaptado e cheguei a ser o único estrangeiro do meu time durante algum tempo, o Marcelo Tavares e o Joelson chegaram a jogar lá, mas ficaram pouco tempo. Eu fui vice-artilheiro do campeonato e fiz, se não me engano, 34 gols. Nós conseguimos vencer um time que o Al-Hilal jamais havia vencido na história.”

ESTRUTURA:
“A estrutura lá é boa, não coisa de alto nível, mas tem tudo o que precisamos: campo de treinamento, sala de musculação, fisioterapia, piscina... nisso não tenho o que reclamar, mas acho que eles deveriam investir na base. Para os árabes o futebol é exclusivamente profissional, eles não se preocupam em revelar jogadores e investir na base do clube e com isso acaba sendo um futebol de um nível inferior ao que poderia ser, mas mesmo assim é um campeonato muito competitivo, não mais competitivo que o brasileiro, mas a briga pelo título é muito acirrada.”

Amanhã a segunda parte da entrevista exclusiva com Camacho. Ele vai contar como jogam os atletas árabes, proposta para naturalização, transferência para o Qatar, possível volta ao Brasil e muito mais. Confira!

5 comentários:

Vinícius Barros disse...

Ele não é um grande jogador, mas tinha que dar uma palestra para esses babacas que estão no clube hoje!!! Contar o que o Bebeto passou nesse clube como estava largado e ele conseguiu levantá-lo!!! Olhar pra cara do lento flávio e dizer: "Você é um amarelão covarde, que não aguentaria jogar no Botafogo de 2002 e 2003."

Esses jogadores estão muito paparicados e ficam chorando por 2 meses de salários... antes eram 6. É isso que Triguinho, Zé carlos, etc. merecem... no mínimo um ano de salários atrasados!!!

Ótima entrevista, parabéns!

Saudações Alvinegras!

Jogo Aberto disse...

muito bom a entrevista

Aldevan Junior disse...

ÓTIMA ENTREVISTA, RICARDO!

O CAMACHO É UM JOGADOR MEDIANO, MAS DE BOA PARTICIPAÇÃO NAS EQUIPES EM QUE PASSOU.

ESTOU TENTANDO O LÉO INÁCIO, EX-FLA E FOGÃO.

UM ABRAÇO!

Anônimo disse...

Camacho é um excepcional jogar, lembro dele na epoca da base no futsal pelo Social Ramos Club, onde foi campeão carioca e artilheiro, inclusive fui seu adversário dentro de quadra.
Parabéns pelo sucesso.
Maurício Varajão

Fabiano disse...

valeu camacho aqui e Fabiano de Sao goncalo jogamos juntos no social ramos clube voce sempre foi um grande jogador parabens