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domingo, 28 de dezembro de 2008

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM GILVAN DE SOUZA, REPÓRTER FOTOGRÁFICO DO L!

Fotógrafo Gilvan de Souza na entrada da redação do jornal Lance!
Foto: Renan de Moura (FC08)


O repórter fotográfico do Diário Lance!, Gilvan de Souza, 37 anos, concedeu entrevista ao FC08 e contou um pouco sobre sua carreira envolvida com os esportes principalmente o futebol, os objetivos pessoais, como está o mercado de trabalho referente ao fotojornalismo e muito mais. Confira a primeira parte do bate-papo!


Por: Renan de Moura e Ricardo Oliveira


FC08: Como foi o início de sua carreira e por que escolheu a fotografia como aliada na profissão?

GILVAN: _ Eu sempre gostei de fotografia. Desde os 13 anos, tinha esse sonho em fotografar, mas não tive a oportunidade por ser muito jovem. A partir dos 18 anos, começei a fazer o curso, mas não conciliava com o trabalho. Portanto, passei a me dedicar exclusivamente ao curso. Somente aos 27 anos fui exercer profissionalmente a fotografia.

FC08: Quais foram às dificuldades encontradas no começo?
GILVAN:_ Primeiramente financeira, pois o curso não era barato e requeria gastos com papel fotográfico, por exemplo. Outra dificuldade foi encontrar um local de trabalho, porque esse nosso mercado é muito fechado.

FC08: Você se espelhou em alguém? Quem foi ele?
GILVAN:_ Em duas pessoas que eu gosto muito, são eles: Severino Silva, do jornal “O Dia” e Custódio Coimbra, do jornal “O Globo”. Cada um tem um olhar diferente, mas um tipo de trabalho que eu adoro. E como pessoas também.

FC08: Como é o seu dia no Diário Lance!?
GILVAN:_ Eu não tenho horário fixo. Hoje, por volta de 18h, eu saberei o que vou fazer amanhã. Dentro do que me mandam, eu levo o equipamento correto. Não tenho rotina, embora gostaria de ter.

FC08: Quais são os equipamentos que você usa diariamente?
GILVAN: _ Eu utilizo uma “Canon EOS 1D”, uma lente de 400mm, que é excelente para futebol e outras lentes como 70-200, uma lente curta (19-35) e acessórios como o monopé, flash de estúdio para matéria especial, dois flashes para aplicar luz rebatida e rebatedor raramente. Uso também um notebook porque em 30 minutos preciso enviar as fotografias para a redação no formato FTP.

“ NOSSA PROFISSÃO É UM POUCO INGRATA”

FC08: Quais as fotografias que você mais gosta de obter? Sobre esporte, política...?
GILVAN:_ O início da minha carreira foi no jornal “O Povo”, então fazia a cobertura basicamente de tiroteio e cadáver. No momento eu gostava só disso, mas hoje não gosto. Atualmente, eu quero me dedicar ao esporte. É um assunto saudável e muito mais seguro. Posso até fazer os demais, mas prefiro esportes.

FC08: Qual foi à fotografia mais difícil que você registrou?

GILVAN: _ Na época do “O Povo”, fiquei uma semana na favela da Rocinha fotografando o dia-a-dia da população. Tudo bem que os moradores, a associação e até mesmo os traficantes sabiam da nossa presença e que éramos repórteres, mas foi uma situação complicada e ao mesmo tempo legal, pois o trabalho foi reconhecido, com um caderno especial que saiu no jornal abordando o lado bom da comunidade.

FC08: Você já passou por algum momento de constrangimento na carreira?
GILVAN:_ Sempre. Nossa profissão é um pouco ingrata. Por exemplo, certa época eu fui fotografar um corpo na Ilha do Governador e logo após os parentes da vitima começaram a me agredir. No esporte é mais raro, mas também acontece. Há um ano, em São Januário, eu fui ameaçado porque o Diário Lance! vinha publicando matérias sobre o leilão do estádio. Segundo fontes, o então presidente do Vasco, Eurico Miranda havia ordenado que integrantes da “Força Jovem” espancassem alguém do jornal que estivesse presente naquele dia. Por azar, quem estava lá era eu. Saindo do clube, o porteiro chamado Pedrinho me alertou da presença de cinco pessoas da torcida organizada. Então, fiquei escondido por 40 minutos dentro de uma sala até eles saírem do clube. E eu ficava ouvindo as ameaças deles.

Depois disso, retornei a redação do diário e disse que não trabalharia nessas condições. Entramos com um processo contra o Eurico Miranda e ficamos um ano sem entrar em São Januario. Voltamos após o Roberto Dinamite assumir.


Amanhã, a segunda parte da entrevista com o fotógrafo Gilvan de Souza, do Diário Lance!

Aguardem!

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns!!
Como sempre, surpreendente!!!