Torcedores do Glorioso,
Hoje o dia é festivo, a enciclopédia do futebol comemora mais um ano de vida. Pode parecer muita demagogia de minha parte falar isso agora, mas, Nilton Santos foi e sempre será o melhor jogador que já vestiu a camisa do Botafogo. O preto e branco sempre fez parte da vida de Nilton, fora a camisa gloriosa, ele só vestiu a amarelinha.
O craque que assinava contratos em branco pelo Botafogo, chegou ao clube de General Severiano aos 23 anos, quando foi descoberto por um oficial da aeronáutica enquanto cumpria serviço militar e jogava futebol na praia. Treinou pela primeira vez como atacante e foi mandado para a defesa pelo lendário dirigente Carlito Rocha. Lá tornou-se o maior lateral-esquerdo da história do futebol. Logo conquistou a confiança de todos e no primeiro ano de Glorioso foi campeão carioca. No ano de 53, Nilton conheceu o seu "Compadre" Mané Garrincha, ao levar um baile do garoto franzino no treinamento, recomendou à diretoria que contratasse o "gênio das pernas tortas". Iniciava ali, a maior parceria do futebol brasileiro. Os dois estiveram juntos na conquista dos Mundiais da Suécia, em 1958 e do Chile, em 1962.
De todos os atritos de Nílton Santos como jogador, o mais curioso, sem sombra de dúvida, foi com Tórbis, zagueiro do São Cristóvão, em General Severiano. Tórbis, simplesmente, mordeu o lábio superior de Nílton Santos, com bigode e tudo, num tumulto generalizado no campo do Botafogo. Rodadas depois, ele apareceu com um imenso esparadrapo do lado esquerdo da boca, logo abaixo do nariz. Segundo o jornalista Roberto Porto, Nilton ainda tem uma cicatriz no local.
HISTÓRIA ENGRAÇADA PELO BOTAFOGO
Era um amistoso na cidade do México: Botafogo x River Plate. Garrincha estava estraçalhando o beque Vairo. Nestor Rossi, o maestro da seleção argentina, chamou o lateral do River e aconselhou: - "Quer melhorar teu futebol? Então faz o seguinte: "aquele ali é o Nilton Santos, beque esquerdo como você. Vai lá perto, disfarça e passa a mão na perna dele. Só isso. Passa a mão que naqueles pés está o futebol de todos os beques do mundo". Pés que jamais deram um bico na bola; reflexos que jamais foram traídos pelos efeitos de uma bola; atleta de equilíbrio assombroso, que jamais caiu no campo, a não ser derrubado. Nílton Santos, craque extraordinário que encarnou a prefiguração de toda a evolução tática do futebol moderno. Craque que viveu no campo duas faces de uma equipe, porque sendo zagueiro sempre teve alma e audácia de atacante. Nasceu com o talento de fazer gols e acabou glorificado pela arte de evitá-los."
HISTÓRIA ENGRAÇADA PELA SELEÇÃO BRASILEIRA
Um lance marcante na carreira de Nílton Santos pela Seleção Brasileira, foi a de um gol na Copa de 58. O Brasil vencia a Áustria por 1 a 0, no começo do segundo tempo. Nílton pegou a bola na defesa e começou a avançar: "Volta, Nílton", gritou do banco Vicente Feola, técnico do Brasil. O lateral continuou correndo e ultrapassando os adversários. Já quase na intermediária, ouviu novamente: "Volta, Nílton". Mas fingiu não ouvir e chegou à entrada da área austríaca: "Volta, Nílton", berrava Feola, quase se esgoelando. Nílton chutou com maestria da entrada da área, marcou o segundo gol brasileiro, que levou o público ao delírio. "Boa, Nílton", murmurou Feola, já se sentando no banco novamente.
A enciclopédia encerrou a carreira em 1964. Depois de 729 jogos e 11 gols pelo Botafogo, 84 partidas e três gols pela Seleção.
Hoje, Nilton Santos está internado em uma clínica, para se recuperar do Mal de Alzheimer e outras doenças que o estão afetando. Ontem ele recebeu a visita do capitão alvinegro, Lúcio Flávio:
"Ele estava lúcido e se mostrou muito satisfeito em ver que é lembrado pelos jogadores e torcedores do Botafogo. Foi uma surpresa tanto para mim, quanto para ele, que agradeceu o carinho que recebeu", relatou Lúcio Flávio.
Mesmo após encerrar a carreira, Nilton Santos segue com laços fortes no glorioso. Em homenagem ao mestre, o dia 16 de Maio é conhecido com o DIA NACIONAL DO BOTAFOGO.
MENSAGEM DE UMA ENCICLOPÉDIA.
"Eu acho que sempre fui amador. Cheguei a assinar três contratos em branco, no auge de minha carreira. Faria tudo de novo. Tudo o que tenho, tudo o que eu sou, eu devo ao Botafogo."
Obrigado, mestre Nílton. A nação alvinegra está com você em mais uma batalha.
Saudações Alvinegras.
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