O Jogo
PALMEIRAS (SP) 1 x 0 FLUMINENSE (RJ)
Data: 04/09/1971
Campeonato Brasileiro
Local: Parque Antártica / São Paulo
Árbitro: José Luís Barreto (RS)
Gol: Eurico 41/2º
PALMEIRAS: Leão, Eurico, Luís Pereira, Nélson (Polaco), Dé, Dudu (Héctor Silva), Ademir da Guia, Paulo Borges, Leivinha, César, Edu / Técnico: Mário Travaglini.
FLUMINENSE: Félix, Toninho, Galhardo, Assis, Marco Antônio, Silveira, Marquinho (Didi), Wílton, Ivair (Jair), Jeremias, Lula / Técnico: Zagallo.
O Craque: Ivair
Um dia, Pelé descobriu que havia uma sombra do Rei em campo. Mais que isso. Viu que aquele menino teve a coragem de desafiar o (quase) imbatível Santos. Depois de marcar os três gols da vitória da Portuguesa de Desportos (3 a 2), em 1962, Ivair recebeu a camisa de Pelé. Entregue pelas mãos do próprio gênio, que reverenciou a ousadia do garoto. Assim, surgiu o Príncipe. “Acho que marquei mais de 300 gols na minha carreira. Nem sei direito.”
A imagem de Ivair permanece bem vinculada à Portuguesa de Desportos. É verdade que o ex-centroavante também atuou no Corinthians e Fluminense. Ainda passou pelo Canadá e Estados Unidos. Só que a Lusa significou muito mais no currículo do ex-craque. Tudo bem que ele tenha conquistado inúmeros títulos no Fluminense. No entanto, o Canindé esconde segredos que só Ivair consegue compreender. “Me identifiquei demais na Lusa. Como explicar isso? É claro que o Fluminense representou muito no meu currículo”, reconhece Ivair.
O nobre título de Príncipe envaidecia o refinado atacante, mas não alterava o comportamento de quem Se apoiava nos conselhos dos mais jogadores mais velhos. Entre eles, Ditão, Dida, Nair, Dudu e Oreco e o goleiro Gilmar dos Santos Neves. Dida, aliás, iniciou o Mundial-58 como titular e perdeu a vaga para Pelé.
Atualmente, Ivair mantém duas escolinhas de futebol — uma em Mairiporã, outra no Círculo Macabi/SP. Lá, os alunos desconhecem que o mestre era simplesmente o Príncipe nos tempos de Pelé. “Os pais contam, mas eu não falo. Nem gosto de comentar”, explica.
Além de transmitir os ensinamentos e as experiências de quem esteve lá, Ivair - ao lado de Pedro Rocha - revela talentos que são repassados a clubes profissionais do Brasil e da Comunidade Européia. Forlan, ex-lateral do São Paulo, completa o trio, mas no mercado uruguaio. “É um tipo de trabalho que me fascina. Gosto do que faço. Adoro futebol. É a minha paixão. Mas não jogo mais nem de brincadeira”.
Sem muitas chances com a camisa da Seleção Brasileira, Ivair foi um dos 47 convocados por Vicente Feola para a preparação da Copa de 66. Só que foi chamado para a ponta-esquerda e acabou sendo cortado porque concorreu com o santista Edu, com o são-paulino Paraná e ainda com os cortados Amarildo (Milan) e Rinaldo (Palmeiras).
Clubes
1963-1969: Portuguesa-SP
1970: Corinthians-SP
1971-1975: Fluminense-RJ
1975: America-RJ
1975: Paysandu-PA
1975-1979: Toronto Metros - Canadá
Cleveland Cobras - Estados Unidos
Kansas City Stars - Estados Unidos
Boston Athletic - Estados Unidos
Los Angeles Azteca - Estados Unidos
America-RJ
Títulos por equipe
Campeonato Carioca: 1971, 1973, 1975
Campeonato dos Estados Unidos: 1975, 1977
Fontes: Milton Neves, Gazeta Esportiva, Sambafoot
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